novembro 28, 2007

UM ANTI-PRÊMIO PARA NORMAN MAILER....

O site da BBC Brasil informa:

"Mailer ganha prêmio por pior descrição de sexo

O escritor americano Norman Mailer, morto no início deste mês, foi o vencedor do prêmio 'Bad Sex in Fiction Award', pela pior descrição de um ato sexual na literatura de ficção em inglês.
Mailer foi agraciado com o prêmio, distribuído pela revista de literatura britânica The Literary Review, por um trecho de sua última obra, The Castle in the Forest, ainda sem tradução no Brasil".

(aqui: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071128_mailersexo_ba.shtml)


Uma dúvida: o que aconteceria se o prêmio fosse estendido para autores de língua portuguesa ?

Posted by geneton at 12:19 PM

novembro 27, 2007

O LANÇAMENTO DO LIVRO -REPORTAGEM "DOSSIÊ HISTÓRIA": UM PRETEXTO PARA UM DIÁLOGO SOBRE O ESTADO GERAL DAS COISAS, AS DOENÇAS DO JORNALISMO, OS SEGREDOS DAS ENTREVISTAS E TUDO O MAIS

aqui, a íntegra:

http://www.geneton.com.br/archives/000269.html

Posted by geneton2 at 07:44 PM

DOSSIÊ HISTÓRIA, O LIVRO-REPORTAGEM: A PALAVRA DE TESTEMUNHAS E PERSONAGENS DE FATOS QUE ABALARAM O MUNDO!


O locutor-que-vos-fala interrompe a programação normal para dar uma notícia que parece movida por interesse próprio, mas não é. O leitor caridoso pode se interessar também!

Chega às livrarias esta semana o DOSSIÊ HISTÓRIA , um livro-reportagem que traz o que a TV, por absoluta falta de tempo, não mostra: depoimentos completos, na íntegra, sem qualquer corte. Cenas de bastidores. O que se esconde por trás das reportagens. Os personagens do livro-reportagem são testemunhas e personagens de acontecimentos que, literalmente, abalaram o mundo.

O DOSSIÊ HISTÓRIA - um lançamento da Editora Globo - traz depoimentos do professor de Mohammed Atta, o estudante de aparência pacata que viria a se transformar no chefe dos terroristas que perpetraram o maior ataque terrorista da história, o 11 de Setembro. Atta, um egípcio, chegou à Alemanha para estudar arquitetura. Terminou recrutado por um olheiro da Al-Qaeda. Virou um terrorista suicida. Além do professor, o livro publica entrevistas completas com gente que conviveu intimamente com Mohammed Atta: um retrato falado do super-terrorista.

Você vai encontrar também, no DOSSIÊ HISTÓRIA, um depoimento do palestino que ouviu os segredos de Bin Laden numa caverna no Afeganistão. O que Bin Laden terá dito a ele ? E mais: uma entrevista com o agente alemão que tentou mas não conseguiu salvar os atletas israelenses atacados por terroristas palestinos nas Olimpíadas de Munique; as confissões do ex-soldado nazista que, aos oitenta e cinco anos, fala sem meias palavras sobre as atrocidades que cometeu;
o desabafo do filho de um carrasco nazista que até hoje faz companha contra o pai; o drama da mulher que descobriu que tinha um criminoso de guerra na família. Também: a palavra do militante que causou escândalo na Europa ao declarar que estaria disposto a se sacrificar como homem-bomba. Por fim, o DOSSIÊ HISTÓRIA traz um capítulo extra com um personagem que dá um aula de jornalismo: o "jornalista que derrubou um presidente".

Sou suspeitíssimo para falar, mas, dou um palpite: vale a pena embarcar nesta expedição rumo aos bastidores da história.

DOSSIÊ HISTÓRIA não é tese nem análise. É cem por cento reportagem. O jornalismo vive de quê ? De memória. O papel do repórter, como se sabe, é tentar reconstituir da melhor maneira possível o que aconteceu de importante. Não existe fonte melhor do que a palavra de quem viu e ouviu.

E a palavra de quem viu e ouviu é justamente o que você encontrará em DOSSIÊ HISTÓRIA - que começa a chegar agora às melhores casas do ramo.

Fim do intervalo.

Posted by geneton at 07:40 PM

DOSSIÊ HISTÓRIA, O LIVRO-REPORTAGEM: A PALAVRA DE TESTEMUNHAS E PERSONAGENS DE FATOS QUE ABALARAM O MUNDO!

O locutor-que-vos-fala interrompe a programação normal para dar uma notícia que parece movida por interesse próprio, mas não é. O leitor caridoso pode se interessar também!

Chega às livrarias esta semana o DOSSIÊ HISTÓRIA , um livro-reportagem que traz o que a TV, por absoluta falta de tempo, não mostra: depoimentos completos, na íntegra, sem qualquer corte. Cenas de bastidores. O que se esconde por trás das reportagens. Os personagens do livro-reportagem são testemunhas e personagens de acontecimentos que, literalmente, abalaram o mundo.

O DOSSIÊ HISTÓRIA - um lançamento da Editora Globo - traz depoimentos do professor de Mohammed Atta, o estudante de aparência pacata que viria a se transformar no chefe dos terroristas que perpetraram o maior ataque terrorista da história, o 11 de Setembro. Atta, um egípcio, chegou à Alemanha para estudar arquitetura. Terminou recrutado por um olheiro da Al-Qaeda. Virou um terrorista suicida. Além do professor, o livro publica entrevistas completas com gente que conviveu intimamente com Mohammed Atta: um retrato falado do super-terrorista.

Você vai encontrar também, no DOSSIÊ HISTÓRIA, um depoimento do palestino que ouviu os segredos de Bin Laden numa caverna no Afeganistão. O que Bin Laden terá dito a ele ? E mais: uma entrevista com o agente alemão que tentou mas não conseguiu salvar os atletas israelenses atacados por terroristas palestinos nas Olimpíadas de Munique; as confissões do ex-soldado nazista que, aos oitenta e cinco anos, fala sem meias palavras sobre as atrocidades que cometeu;
o desabafo do filho de um carrasco nazista que até hoje faz companha contra o pai; o drama da mulher que descobriu que tinha um criminoso de guerra na família. Também: a palavra do militante que causou escândalo na Europa ao declarar que estaria disposto a se sacrificar como homem-bomba. Por fim, o DOSSIÊ HISTÓRIA traz um capítulo extra com um personagem que dá um aula de jornalismo: o "jornalista que derrubou um presidente".

Sou suspeitíssimo para falar, mas, dou um palpite: vale a pena embarcar nesta expedição rumo aos bastidores da história.

DOSSIÊ HISTÓRIA não é tese nem análise. É cem por cento reportagem. O jornalismo vive de quê ? De memória. O papel do repórter, como se sabe, é tentar reconstituir da melhor maneira possível o que aconteceu de importante. Não existe fonte melhor do que a palavra de quem viu e ouviu.

E a palavra de quem viu e ouviu é justamente o que você encontrará em DOSSIÊ HISTÓRIA - que começa a chegar agora às melhores casas do ramo.

Fim do intervalo.

http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=3223440

Posted by geneton at 12:21 PM

novembro 26, 2007

A CENA MAIS PATÉTICA DO MUNDO

A ex-"namorada" do ex-presidente do Senado publica um livro em que diz que um ficava olhando nos fundos dos olhos do outro, enquanto ouviam música:

"Nossa música marcante foi a do filme "Lisbela e o Prisioneiro". Misturávamos as nossas vozes com a do Caetano e cantávamos, baixinho, olhando no fundo dos olhos do outro: "Agora, que faço eu da vida sem você? Você não me ensinou a te esquecer. Você só me ensinou a te querer, e te querendo eu vou tentando me encontrar...".

Como diriam os ingleses num momento de espanto, "gosh!!!".

Independentemente de qualquer outro tipo de julgamento, a leitura deste parágrafo, reproduzido hoje em blogs e colunas, me trouxe à lembrança a cena mais patética que já presenciei desde que pus as patas neste planeta. Uma vez, num restaurante a quilo cheio de gente, um marmanjo e a acompanhante ficaram exatamente assim: um olhando nos olhos do outro, por intermináveis minutos, sem dizer palavra, com ar de pombinhos. ...

Se aquela menininha que fazia ponta antigamente nos Trapalhões reaparecesse ali, no restaurante, com toda certeza diria : "Bíiito....".

Se Nélson Rodrigues ressuscitasse, diria o que disse uma vez numa redação: "Patético!!!".

Garçons se movimentavam levemente constrangidos, ao redor da mesa, à espera de que o casal de pombinhos resolvesse parar a encenação para pedir um refrigerante, por exemplo.

Vizinhos de mesa bem que tiveram vontade mas guardaram para si, educadamente, a vontade de dizer : "Já começou a ficar ridículo. Se não for incômodo, vocês poderiam, por favor, ligar para o Departamento de Senso de Ridículo para pedir que eles mandem socorro imediatamente ? ".

Mas não. Ficaram todos calados. Todo mundo olhando de lado e fazendo de conta que a cena não era patética.

A espécie humana - já disseram - é inviável.

Sempre foi.

E será.

Posted by geneton at 12:19 PM

novembro 23, 2007

E AGORA, A ESCALAÇÃO COMPLETA DO SPORT CLUBE DO RECIFE DE 1968 !!

Sou capaz de citar de memória a escalação completa do time do Sport Clube do Recife de 1968: Miltão; Baixa, Bibiu, Gílson e Altair: Válter e Vadinho; Dema, Zezinho, Acelino e Fernando Lima.

Faz quase quarenta anos que tento encontrar algum uso para esta lista de nomes.

Não encontrei até agora.
Nunca apareceu a chance de ir a um programa de televisão para responder à pergunta fatal que me daria um milhão de reais em prêmio: quem era o ponta-esquerda do time do Sport que ganhou o Nordestão de 1968 ?

Eu diria, depois de uma pausa dramática de quinze segundos: "Fernando Lima!".

O apresentador exclamaria: "Absolutamente certo!!!".

Com o dinheiro do prêmio, eu iria morar numa casa de quarto e sala na zona rural de Santa Maria da Boa Vista, sem celular e, principalmente, sem televisão. Lá, passaria o resto dos anos à espera de uma visita da Charlotte Rampling dos anos setenta, miraculosamente rediviva.

Charlotte não apareceria, é claro. O dinheiro um dia iria se acabar.

E eu teria de me inscrever de novo num programa de perguntas-e-respostas,em que um apresentador faria a pergunta fatal:

quem era o médio-volante do time do Náutico que foi vice-campeão da Taça Brasil de 1967 ?

Depois de dezoito segundos de pausa, eu diria : "Rafael!".

O apresentador diria: "Absolutamente certo!".

E começaria tudo de novo.

Posted by geneton at 12:24 PM

O GRANDE SHOW DO POLICE

Há uma grande promoção em andamento: "Quer assistir ao show do Police de graça ?".

Resposta: não!

Nem de graça nem pagando.

Posted by geneton at 12:22 PM

FILOSOFIA BARATA: A VIDA, NO FIM DAS CONTAS, NÃO PASSA DE UMA GLORIOSA COLEÇÃO DE INUTILIDADES. QUER VER ?

Sou capaz de citar de memória a escalação completa do time do Sport Clube do Recife de 1968: Miltão; Baixa, Bibiu, Gílson e Altair: Válter e Vadinho; Dema, Zezinho, Acelino e Fernando Lima.

Faz quase quarenta anos que tento encontrar algum uso para esta lista de nomes.

Não encontrei até agora.

Nunca apareceu a chance de ir a um programa de televisão para responder à pergunta fatal que me daria um milhão de reais em prêmio: quem era o ponta-esquerda do time do Sport que ganhou o Nordestão de 1968 ?

Eu diria, depois de uma pausa dramática de quinze segundos: "Fernando Lima!".

O apresentador exclamaria: "Absolutamente certo!!!".

Com o dinheiro do prêmio, eu iria morar numa casa de quarto e sala na zona rural de Santa Maria da Boa Vista, sem celular e, principalmente, sem televisão. Lá, passaria o resto dos anos à espera de uma visita da Charlotte Rampling dos anos setenta, miraculosamente rediviva.

Charlotte não apareceria, é claro. O dinheiro um dia iria se acabar.

E eu teria de me inscrever de novo num programa de perguntas-e-respostas,em que um apresentador faria a pergunta fatal:

quem era o médio-volante do time do Náutico que foi vice-campeão da Taça Brasil de 1968 ?

Depois de dezoito segundos de pausa, eu diria : "Rafael!".

O apresentador diria: "Absolutamente certo!".

E começaria tudo de novo.

Posted by geneton at 12:11 PM

novembro 22, 2007

PROCURA-SE : O MAIOR INIMIGO DO JORNALISMO

Uma verdade cientificamente comprovada e facilmente demonstrável: o maior inimigo do Jornalismo é o jornalista.

Pelo seguinte: o jornalista é o único ser bípede capaz de jogar sistematicamente histórias interessantes no lixo.

Quem achar que é exagero que pergunte a qualquer terráqueo que tenha passado quinze minutos numa redação.

Em breve, detalhes.

Posted by geneton at 12:26 PM

ENQUETE MUNDIAL DA BBC

O site da BBC faz uma enquete:

"Você deixaria de comer carne para beneficiar o meio ambiente ?"

É óbvio que não. Que pergunta !

Uma picanha bem passada, por favor.

Posted by geneton at 12:26 PM

A PRAGA INTERATIVA : CHEGA DE PESQUISAS INÚTEIS!

Meus neurônios, provavelmente combalidos por falta de uso, não retiveram a informação. "Falha nossa". Não me lembro onde, mas, com certeza, li há algum tempo o desabafo de um leitor/ telespectador que dizia o seguinte: não existe coisa mais chata do que este festival interminável
de pesquisas inúteis em todos os sites,todos os portais,em dezenas de programas de TV.

Ninguém consegue navegar tranquilo sem ser importunado por um chato invisível que quer saber: você passaria as férias na Nicarágua ? Você usa açúcar ou adoçante ? Quantos copos de água você bebe por dia ? Pais devem deixar os filhos saírem sozinhos de madrugada ? O presidente deve ter outro mandato ? A China deve mandar um astronauta para a lua ? Quantas horas por dia você dorme ? A ONU deve se mudar de Nova York ? E blá-blá-blá.

Qual é o valor dessas pesquisas ? Nenhum. O que significam ? Nada. Quem aprenderá alguma coisa com elas ? Ninguém.

Mas pode fazer o teste: dê uma passada num site qualquer de notícias. Lá estarão as tais enquetes, à espera de que algum desocupado as responda.

Perda de tempo.

Por falar em enquete: você acha que a Venezuela deve ou não entrar no Mercosul ? E Luana Piovani ? Deve ou não processar a turma do Pânico na TV ?

Posted by geneton at 12:25 PM

novembro 20, 2007

FATO CIENTÍFICO

Cientificamente comprovado: o mundo é dos idiotas !

Posted by geneton at 12:27 PM

novembro 19, 2007

O SOPA DE TAMANCO SAI NA FRENTE: COMEÇA AQUI A GRANDE CAMPANHA "LEI SECA, JÁ!", EM PROTESTO CONTRA ANÚNCIOS IDIOTAS DE CERVEJA! ALISTE-SE AGORA!

Fiz um juramento inútil :nunca, jamais, sob hipótese alguma, comprarei uma garrafa de cerveja. É um protesto pessoal, inútil e intransferível contra a maciça campanha de idiotização coletiva movida pelos fabricantes de cerveja em conluio com publicitários metidos a engraçadinhos.

Não estou exagerando: os anúncios de cerveja são um insulto a tudo que possa parecer bom gosto, inteligência e humor.

Conselho às crianças: os melhores gestos são aqueles aparentemente inúteis. Em geral, são os únicos que valem a pena. Então, Lei Seca já ! Aliste-se agora!

O Sopa de Tamanco já fez a lista da estupidez. O Bar da Boa ( Deus do céu, o que é aquilo ?). "Zeca-Feira" ( ahg........). Quem foi o idiota que achou que alguém chamaria de "Zeca-Feira" o dia de beber cerveja ? Eis um exemplo clássico de publicitário tentando ( e não conseguindo) criar um bordão. Para dizer a verdade, criou: o bordão dos imbecis. Só um débil mental diplomado usaria a expressão "Zeca-Feira".

Agora, para acrescentar mau gosto à estupidez, uma nova peça da campanha da cerveja usa o ator de "Tropa de Elite" num trocadilho infame com o verbo "matar".

Justiça se faça: as agências que produzem estes anúncios de cerveja não são as únicas a chamar os leitores e telespectadores de idiotas.

Dou uma navegada em blogs. Há outros blogs chamando a atenção para um anúncio que já foi tema de um comentário aqui no Sopa de Tamanco: o da Toyota, em página dupla na "Veja" dessa semana.

O gênio que escreveu o texto disse lá que o importante é "encarar de frente".

Quantos mil dólares a Toyota terá pago por esta frase ?

Nós estamos todos enganados ou nunca, na história deste país, houve tantos anúncios estúpidos em série ?

O pior de tudo não são os anúncios em si. É ver publicitários falando como se fossem gênios.

( a luz amarela acendeu desde que, há algum tempo, vi um publicitário de blusinha justa passar uma hora e meia - verdade! - tentando demonstrar a um auditório de estudantes a genialidade de um anúncio em que uma tartaruga faz embaixadinha com uma lata de cerveja......Pensei com meus botões : eis o fim da civilização ocidental, tal como era conhecida até hoje). Tudo bem que, num momento de escassez de inspiração, um publicitário invente um anúncio em que uma tartaruga faz embaixada com a lata. Mas, em nome de Nossa Senhora do Perpétuo Espanto, por favor, não venham nos dizer que aquilo é uma obra de arte.

O tempo só veio confirmar que, desde então, as coisas pioraram sensivelmente.

Posted by geneton at 12:29 PM

DIZEI, NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO ESPANTO!

Uma dúvida irremovível: dizei, Nossa Senhora do Perpétuo Espanto, o que é que leva um ser bípede e falante a posar para uma revista de "celebridades" diante de uma mesa de café-da-manhã fake ? Qual é a força que move aquele aglomerado de ossos e músculos a fazer este papel ?

Dou-lhe meio século para achar uma resposta razoável.

Posted by geneton at 12:28 PM

novembro 14, 2007

UM LIVRO QUE É UMA VIAGEM: "AFINAL, O QUE VIEMOS FAZER EM PARIS?".

Acaba de sair do forno uma delícia de livro. Título: "Afinal, o que Viemos Fazer em Paris ?". Autor: Alberto Villas. Editora: Globo. Para quem não ligou o autor à obra: Alberto Villas, jornalista, revelou-se um memorialista "de mão-cheia" em "O Mundo Acabou". Ali, ele mistura memória pessoal com memória social com talento, leveza, humor - e competência.

Agora, em "Afinal, o Que Viemos Fazer em Paris", ele parte para uma nova empreitada memorialística sobre um período riquíssimo que viveu: um exílio voluntário em Paris, a partir do início dos anos setenta, época em que os militares diziam para o Brasil o que o Rei da Espanha disse para o presidente da Venezuela outro dia: "Por que não te calas ?".

O projeto gráfico do livro é um show. Os textos, divididos em blocos, fluem sem atropelo. Bom livro, afinal de contas, é o que dá prazer de ler. "Afinal, o que Viemos Fazer em Paris? " dá. É o que basta. Comecei a ler. Não dá vontade de parar.

O livro funciona como uma "madeleine", aquele gatilho que desperta imediatamente uma fileira de lembranças. Em um minuto, volto no tempo para 1980, ano em que o locutor que vos fala embarcou, também em "exílio" voluntário, rumo a Paris.

Eu me lembro do primeiro choque térmico e cultural: um amigo - que morava com a namorada australiana no terceiro andar de um prédio em ruínas desprovido de chuveiro num ruela sem movimento - organizava, uma vez por semana, uma "expedição" rumo aos chuveiros públicos. Íamos a pé. Cada um levava uma toalha, o sabonete, o desodorante e uma muda de roupa embrulhados num saco plástico. Lá, em troca de um punhado de francos, o forasteiro podia tomar banho cronometrado: dez minutos depois de ligado o chuveiro, o fiscal batia na porta para avisar que chega, a fila estava grande, era preciso dar lugar ao africano que esperava a hora de mergulhar na ducha.

Eu me lembro de Manoel, um brasileiro que passava doze horas por dia trancado num quarto insalubre de hotel tocando num fagote as Bachianas Brasileiras de Villa-Lobos. Uma vez, ele bateu na porta do meu quarto de madrugada para avisar que conseguira o grande feito: tinha finalmente descoberto como fazer os telefones públicos da Place D´Italie ligarem de graça para o Brasil. Corremos para as cabines telefônicas na madrugada gelada. Passamos seis horas usando o orelhão. Só saímos quando o dia amanhecia. Merci bien, France Telecom! Deus te pague! Um brasileiro descarado ainda tentava teorizar sobre o absurdo que cometíamos nas cabines telefônicas : "Os países ricos vivem explorando o Terceiro Mundo. É hora de a gente receber alguma coisa de volta!".

Eu me lembro de ter visto Bob Dylan cantando "Like a Rolling Stone" num estádio enquanto um grupo de holandeses incendiava os pulmões de haxixe a um passo de onde eu estava, no meio do gramado, assustado com a desfaçatez. A polícia não notou a fumaça dos holandeses. Gravei imagens mudas e tremidasd de Bob Dylan com uma câmera Super-8. Nunca as usei para nada.

Eu me lembro de ter visto Pelé dando a volta olímpica no estádio para agradecer o título de Atleta do Século, antes de um jogo da seleção brasileira contra a da França. O Brasil ganhou.

Eu me lembro de ter testemunhado a aparição de um Glauber Rocha com rosto inchado e cara de sono, numa sala de cinema perto da Gare de Lyon, para uma sessão privê de A Idade da Terra, numa manhãde sábado de inverno.

Eu me lembro de ter olhado com algum deslumbramento para o festival de pichações políticas nas paredes da Universidade de Nanterre, no meu primeiro dia de aula de um curso de Cinema que jamais concluí. Uma das pichações mais visíveis convocava: "Aliste-se no Partido Comunista!". Naquela época, o Partido Comunista ainda era clandestino no Brasil. Eu nunca tinha visto algo assim numa universidade brasileira. Pensei: "Democracia!".

Eu me lembro de um brasileiro que não sabia quase nada de francês comentando, espantado, que nunca tinha visto tanta escola de garçom como em Paris. "Não é à toa que os restaurantes franceses são tão badalados. Com tanta escola de garçom desse jeito...". O brasileiro só não sabia que aquilo era Escola para Meninos ( "garçons", em francês). Nada a ver com garçom de restaurante.

Eu me lembro de ter arranjado dois empregos, ambos, claro, clandestinos: o primeiro como camareiro de um hotel numa rua chamada Champollion, ao lado da Sorbonne, no coração do Quartier Latin. Era duro fazer vinte e seis camas nos dias azuis de verão, em que o hotel ficava lotado de americanos e japoneses que comiam pão nos quartos e, para meu desespero, espalhavam farelo pelo carpete, o que exigia um trabalho extra com o aspirador de pé. Uma semana depois de me aceitar como camareiro, o dono de hotel, um homem chamado Ortega, fez uma confissão inconfessável: disse-me que, se o hóspede só passasse uma noite no hotel, eu não deveria trocar o lençol da cama. Bastava inverter o lado do lençol, esticá-lo ao máximo para dar ao próximo hóspede a impressão de limpeza e pronto. O dono queria economizar energia da máquina de lavar. O segundo emprego foi como motorista de uma família rica que tinha um filho "excepcional", Douglas. Já era um rapaz. Não falava nem andava. Meu trabalho era embrulhar Douglas num saco de dormir para protegê-lo do frio, carregá-lo nos braços dentro de um elevador minúsculo e levá-lo de carro até a um hospital que ficava a uns quarenta minutos de Paris. A rua em que a família morava se chamava Yvette. O metrô: Jasmin. Nem carteira de motorista internacional eu tinha. Só a brasileira - que não valia na França. Um dia, a polícia se aproximou do carro. Gelei até a alma. Mas, quando viam o menino, guardas se retiravam, sem nos importunas. Intimamente, eu vibrava: "Deus é brasileiro!". Se um guarda cismasse de me pedir a carteira de motorista, era problema na certa.

Eu me lembro de ter visto um bêbado anunciando, sozinho, para os frequentadores de um café, perto do Boulevard Saint Michel : "O grande ator americano Steve McQueen morreu!". O bêbado tinha acabado de ler a notícia num jornal. Eram sete da manhã. Eu estava lá para tomar um café apressado, porque pouco depois teria de me apresentar à "Prefeitura de Polícia" para tentar renovar meu visto. Fiquei lembrando das velhas sessões no Cinema da Torre,no Recife: a platéia batia palmas a cada vez que Steve McQueen escapava de soldados nazistas.O filme se chamava "Fugindo do Inferno". Agora, um bêbado me dava a notícia de que o meu ídolo das matinês estava morto.

O café estava mergulhado em fumaça. Lá fora, fazia um frio de rachar. Era novembro, se não engano.

Eu sabia o que estava fazendo em Paris: sem imaginar, tinha viajado doze horas de avião para, meses depois, ouvir um bêbado me dizer que Steven McQueen tinha morrido. C´est la vie.


O que é que o livro "Afinal,o que Viemos Fazer em Paris? " tem a ver com essas cenas todas ?

Tudo e nada. Livro bom é o que acende um rastilho de lembranças. É o que a nova investida memorialística de Villas acaba de fazer.

Bola na rede.

Posted by geneton at 06:32 PM

DICA DE LEITURA: "AFINAL, O QUE VIEMOS FAZER EM PARIS ?" ACABA DE CHEGAR ÀS LIVRARIAS

Acaba de sair do forno uma delícia de livro. Título: "Afinal, o que Viemos Fazer em Paris ?". Autor: Alberto Villas. Editora: Globo. Para quem não ligou o autor à obra: Alberto Villas, jornalista, revelou-se um memorialista "de mão-cheia" em "O Mundo Acabou". Ali, ele mistura memória pessoal com memória social com talento, leveza, humor - e competência.

Agora, em "Afinal, o Que Viemos Fazer em Paris", ele parte para uma nova empreitada memorialística sobre um período riquíssimo que viveu: um exílio voluntário em Paris, a partir do início dos anos setenta, época em que os militares diziam para o Brasil o que o Rei da Espanha disse para o presidente da Venezuela outro dia: "Por que não te calas ?".

O projeto gráfico do livro é um show. Os textos, divididos em blocos, fluem sem atropelo. Bom livro, afinal de contas, é o que dá prazer de ler. "Afinal, o que Viemos Fazer em Paris? " dá. É o que basta. Comecei a ler. Não dá vontade de parar.

O livro funciona como uma "madeleine", aquele gatilho que desperta imediatamente uma fileira de lembranças. Em um minuto, volto no tempo para 1980, ano em que o locutor que vos fala embarcou, também em "exílio" voluntário, rumo a Paris.

Eu me lembro do primeiro choque térmico e cultural: um amigo - que morava com a namorada australiana no terceiro andar de um prédio em ruínas desprovido de chuveiro num ruela sem movimento - organizava, uma vez por semana, uma "expedição" rumo aos chuveiros públicos. Íamos a pé. Cada um levava uma toalha, o sabonete, o desodorante e uma muda de roupa embrulhados num saco plástico. Lá, em troca de um punhado de francos, o forasteiro podia tomar banho cronometrado: dez minutos depois de ligado o chuveiro, o fiscal batia na porta para avisar que chega, a fila estava grande, era preciso dar lugar ao africano que esperava a hora de mergulhar na ducha.

Eu me lembro de Manoel, um brasileiro que passava doze horas por dia trancado num quarto insalubre de hotel tocando num fagote as Bachianas Brasileiras de Villa-Lobos. Uma vez, ele bateu na porta do meu quarto de madrugada para avisar que conseguira o grande feito: tinha finalmente descoberto como fazer os telefones públicos da Place D´Italie ligarem de graça para o Brasil. Corremos para as cabines telefônicas na madrugada gelada. Passamos seis horas usando o orelhão. Só saímos quando o dia amanhecia. Merci bien, France Telecom! Deus te pague! Um brasileiro descarado ainda tentava teorizar sobre o absurdo que cometíamos nas cabines telefônicas : "Os países ricos vivem explorando o Terceiro Mundo. É hora de a gente receber alguma coisa de volta!".

Eu me lembro de ter visto Bob Dylan cantando "Like a Rolling Stone" num estádio enquanto um grupo de holandeses incendiava os pulmões de haxixe a um passo de onde eu estava, no meio do gramado, assustado com a desfaçatez. A polícia não notou a fumaça dos holandeses. Gravei imagens mudas e tremidas de Bob Dylan com uma câmera Super-8. Nunca as usei para nada.

Eu me lembro de ter visto Pelé dando a volta olímpica no estádio para agradecer o título de Atleta do Século, antes de um jogo da seleção brasileira contra a da França. O Brasil ganhou.

Eu me lembro de ter testemunhado a aparição de um Glauber Rocha com rosto inchado e cara de sono, numa sala de cinema perto da Gare de Lyon, para uma sessão privê de A Idade da Terra, numa manhã de sábado de inverno.

Eu me lembro de ter olhado com algum deslumbramento para o festival de pichações políticas nas paredes da Universidade de Nanterre, no meu primeiro dia de aula de um curso de Cinema que jamais concluí. Uma das pichações mais visíveis convocava: "Aliste-se no Partido Comunista!". Naquela época, o Partido Comunista ainda era clandestino no Brasil. Eu nunca tinha visto algo assim numa universidade brasileira. Pensei: "Democracia!".

Eu me lembro de um brasileiro que não sabia quase nada de francês comentando, espantado, que nunca tinha visto tanta escola de garçom como em Paris. "Não é à toa que os restaurantes franceses são tão badalados. Com tanta escola de garçom desse jeito...". O brasileiro só não sabia que aquilo era Escola para Meninos ( "garçons", em francês). Nada a ver com garçom de restaurante.

Eu me lembro de ter arranjado dois empregos, ambos, claro, clandestinos: o primeiro como camareiro de um hotel numa rua chamada Champollion, ao lado da Sorbonne, no coração do Quartier Latin. Era duro fazer vinte e seis camas nos dias azuis de verão, em que o hotel ficava lotado de americanos e japoneses que comiam pão nos quartos e, para meu desespero, espalhavam farelo pelo carpete, o que exigia um trabalho extra com o aspirador de pé.Uma semana depois de me aceitar como camareiro, o dono de hotel, um homem chamado Ortega, fez uma confissão inconfessável: disse-me que, se o hóspede só passasse uma noite no hotel, eu não deveria trocar o lençol da cama. Bastava inverter o lado do lençol, esticá-lo ao máximo para dar ao próximo hóspede a impressão de limpeza e pronto. O dono queria economizar energia da máquina de lavar. O segundo emprego foi como motorista de uma família rica que tinha um filho "excepcional", Douglas. Já era um rapaz. Não falava nem andava. Meu trabalho era embrulhar Douglas num saco de dormir para protegê-lo do frio, carregá-lo nos braços dentro de um elevador minúsculo e levá-lo de carro até a um hospital que ficava a uns quarenta minutos de Paris. A rua em que a família morava se chamava Yvette. O metrô: Jasmin. Nem carteira de motorista internacional eu tinha. Só a brasileira - que não valia na França. Um dia, a polícia se aproximou do carro. Gelei até a alma. Mas, quando viram o menino, os guardas se retiraram, sem nos importunar. Intimamente, eu vibrava: "Deus é brasileiro!". Se um guarda cismasse de me pedir a carteira de motorista, era problema na certa.

Eu me lembro de ter visto um bêbado anunciando, sozinho, para os frequentadores de um café, perto do Boulevard Saint Michel : "O grande ator americano Steve McQueen morreu!". O bêbado tinha acabado de ler a notícia num jornal. Eram sete da manhã. Eu estava lá para tomar um café apressado, porque pouco depois teria de me apresentar à "Prefeitura de Polícia" para tentar renovar meu visto. Fiquei lembrando das velhas sessões no Cinema da Torre,no Recife: a platéia batia palmas a cada vez que Steve McQueen escapava de soldados nazistas.O filme se chamava "Fugindo do Inferno". Agora, um bêbado me dava a notícia de que o meu ídolo das matinês estava morto.
O café estava mergulhado em fumaça. Lá fora, fazia um frio de rachar. Era novembro, se não engano.

Eu sabia o que estava fazendo em Paris: sem imaginar, tinha viajado doze horas de avião para, meses depois, ouvir um bêbado me dizer que Steven McQueen tinha morrido. C´est la vie.

O que é que o livro "Afinal,o que Viemos Fazer em Paris? " tem a ver com essas cenas todas ?

Tudo e nada. Livro bom é o que acende um rastilho de lembranças. É o que a nova investida memorialística de Villas acaba de fazer.

Bola na rede.

Posted by geneton at 12:30 PM

novembro 12, 2007

A MEDIDA DE DECADÊNCIA DE UM BLOG

A decadência de um blog mede-se pela qualidade dos autores convidados: custa-me a crer que alguém do CCST ( Comitê Central da Sopa de Tamanco) tenha em algum momento imaginado
que os textos do sr. Nicomar Lael iriam acrescentar brilho, vivacidade, humor e esperteza a este espaço. Não acrescentaram.

Como se fosse um jogador que tropeça espetacularmente assim que pisa no gramado, o sr. Nicomar escolheu ópera como assunto de suas primeiras investidas, porque queria parecer culto e ilustrado.

Capotou.

Por que ele não discorre, por exemplo, sobre os acordes primários do baião ou os versos toscos das emboladas, dois ritmos primitivos que ele se habituou a ouvir desde os tempos em que, bebê, comia macaxeira pensando que estava bebendo leite ?

O nome - Nicomar - denuncia a origem. Deve ser um daqueles híbridos que misturam nome do pai e nome da mãe, um tipo de "poesia concreta" que viceja nos bolsões mais pobres e mais áridos do Brasil nordestino.

Imagino que o nome do pai do sr. Nicomar seja o sr. Nico. E a mãe, a sra. Mar.
Peço, então, ao sr. Nico e à sra. Mar que impeçam o sr. Nicomar de cometer vexames como o que cometeu ao escrever estultices sobre ópera.

Declaro encerrada a polêmica. E repito que não há nomes intocáveis neste espaço. A cada ação deletéria do sr. Nicomar haverá uma reação à altura.

O Sopa de Tamanco não merece tal destino: o de ir para o brejo guiado pelo passo vacilante de um neologismo chamado Nicomar.

Posted by geneton at 12:08 PM

O MUNDO É DOS IDIOTAS - 3

A frase predileta de onze entre dez idiotas é : "Como este ano passou depressa...."

Não passou. Os ponteiros andaram em 2007 com a mesmíssima velocidade do ano passado e do ano que vem.

Mas eles insistem em dizer, em coro, que o ano passou depressa. Vão terminar nos convencendo.

Posted by geneton at 12:05 PM

novembro 11, 2007

O MUNDO É DOS IDIOTAS - 2

É uma lei da natureza: telefone celular programado para tocar musiquinha engraçadinha não existe sozinho.

Vem sempre acompanhado de um idiota.

Posted by geneton at 12:06 PM

novembro 10, 2007

O MAL QUE O ALCOOLISMO CAUSA AO JORNALISMO AMERICANO

O alcoolismo continua fazendo mal ao jornalismo.
Exemplo: o crítico da revista Time que elogiou um disco do cantor Max de Castro com toda certeza estava sob influência de doses maciças de álcool.

Só pode ter sido.

Posted by geneton at 12:35 PM

CRISE SEM PRECEDENTES NA PUBLICIDADE BRASILEIRA

O Sopa de Tamanco já escreveu que a publicidade brasileira enfrenta uma crise sem precedentes - que se arrasta por anos e anos. Parece exagero. Não é não.
É só ligar a TV, abrir os jornais ou passar os olhos nos anúncios das revistas.

Um anúncio do jornal o Estado de S.Paulo, publicado faz anos, trazia uma vírgula entre sujeito e verbo, erro inadmissível em redatores que, com certeza, se julgam gênios. O texto dizia algo como "e o Estadão, continua....".


Tempos depois, a agência que atende ao mesmíssimo Estado de S.Paulo lança um dos slogans mais idiotas de todos os tempos - aquele que elogia quem "pensa Ão". É o tipo da tentativa fracassadíssima e pouco inspirada de criar um bordão. Mas somente idiotas seriam capazes de dizer coisas como :"Vou ler um livro de fulano. Deve ser bom, porque ele pensa Ão".

Ah, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rogai por nós todos.

O que dizer dos anúncios dessas campanhas de cervejas ? O que é o "Bar da Boa"? Que coisa estúpida, falsa e artificialíssima! E o "Zeca-Feira" ? Eis outra tentativa de criar um bordão que nem o mais rematado dos idiotas seria capaz de repetir.

Agora, as revistas semanais expõem um anúncio de página dupla da fábrica de automóveis Toyota.
O texto do anúncio, publicado em espaço nobilíssimo da revista Veja dessa semana :"Determinação é encarar os obstáculos de frente"

Encarar de frente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Há alguma outra maneira de encarar qualquer coisa - que não seja de frente ?

O Dicionário Aurélio informa : "encarar: olhar de frente".

Custava tanto o redator dar uma checada no Nosso Pai, o dicionário?

Qualquer aluno de primeiro grau que escrevesse algo como "encarar de frente" seria repreendido pela professorinha.

Quantos mil dólares a agência terá cobrado para conceber frase tão brilhante ?

O princípio se aplica aos anúncios de cerveja, à campanha do jornal etc.etc.

O pior é que há quem pague por estes anúncios.

Quem disse que nasce um otário a cada minuto no planeta nunca teve tanta razão.

Posted by geneton at 12:35 PM

O MUNDO É DOS IDIOTAS - 1

Quem foi o idiota que inventou a festinha de "amigo oculto" ?

Posted by geneton at 12:07 PM

O DIA EM QUE NORMAN MAILER DECRETOU O FIM DE UMA ERA: A VITÓRIA DA CULTURA DA IMAGEM SOBRE A CULTURA DA PALAVRA

AQUI:
http://www.geneton.com.br/archives/000174.html

Posted by geneton2 at 11:34 AM

novembro 09, 2007

A TAÇA DO MUNDO É NOSSA. COM EMPREITEIRA, NÃO HÁ QUEM POSSA

Faz três semanas que faço e refaço as contas: dá para calcular qual vai ser o tamanho da roubalheira das empreiteiras na construção dos estádios para a Copa do Mundo brasileira ? Dá para imaginar o que será pago de propinas a administradores, políticos e apaniguados corruptos ? Quantas amantes receberão dinheiro vivo em envelopes pardos ?

Não é implicância nem delírio: um levantamento superficial revelará que as empreiteiras estão envolvidas em dez em cada dez escândalos de roubalheira cabeluda acontecida nas últimas décadas.

Corrupto é ladrão. Corruptor também.

Não há máquina de calcular que dê conta do trabalho.

Posted by geneton at 12:39 PM

FOFOCA POLÍTICA, A SER CHECADA DAQUI A DOIS ANOS

O Sopa de Tamanco não é blog de fofoca política. Mas vale o mero registro, a ser conferido daqui a dois anos, em 2009,quando a campanha para a sucessão presidencial de 2010 estiver pegando fogo.

Uma figura que sempre teve acesso do sr.Luiz Inácio Lula da Silva desde os tempos em que o dito era sindicalista em São Bernardo do Campo nos disse, num jantar, em São Paulo, no ano passado, o seguinte:

"Pelo amor de Deus, o que vou dizer eu não ouvi da boca de Lula. Mas, pelo que observei nos últimos tempos, se ele for escolher dentro do PT um candidato a presidente, ele apostará em Dilma Roussef".

Eu me lembrei desse comentário quando vi nos jornais que Lula escalou a ministra para anunciar a descoberta de uma reserva gigante de petróleo no Brasil. O objetivo da escalação: dar "visibilidade" à Dona Dilma.

A fofoca faz sentido.

Posted by geneton at 12:37 PM

NOTÍCIAS DA ILHA DE EDIÇÃO: PAULO FRANCIS RECLAMA DA SÍNDROME DA BANDA DE MÚSICA, UM DOS MALES DO BRASIL

Vejo uma fita antiga na ilha de edição.Data da gravação: 1980. Em visita ao Rio, Paulo Francis grava uma entrevista:

"Sempre houve no Brasil uma tendência ao conformismo e à "banda de música" em torno de celebridades. Mas toda cultura precisa é de um grande conflito. É preciso haver grandes críticos - pessoas que realmente ataquem os autores, ataquem os atores, por exemplo. Eu era "comprador de brigas" pelo seguinte: ia ver uma peça de teatro, não gostava, dizia que era uma porcaria. E o autor brigava comigo...."

Posted by geneton at 12:35 PM

novembro 08, 2007

BAIXA FILOSOFIA

Já disse, volto a confessar: jamais me recuperei do impacto causado pela descoberta de que cerca de oitenta por cento do corpo humano é água pura.

Água!

Quem seria capaz de levar a sério uma água falante ?

É o que somos: águas falantes.

Não há filósofo que dê jeito nesta precariedade líquida.

Desisto.

Vou passear. É melhor.

Quando passar em frente a uma delegacia, aproveitarei para fazer as perguntas que realmente importam : o senhor sabe dizer se Fábio Júnior continua solto ? E aquela locutora que anuncia os horários de vôo no aeroporto com voz suspirante de paciente na UTI pensando que é sensual? Continua solta ?

Dizei, Nossa Senhora do Perpétuo Espanto !

Posted by geneton at 12:41 PM

CARY GRANT E RANDOLPH SCOTT

Calma, patrulha politicamente pink. Não estou fazendo julgamento de valor, mas apenas dizendo: depois que foi publicado que Cary Grant, o galã conquistador, tinha um romance com Randolph Scott, aquele caubói dos faroestes (!), passei a achar que tudo era possível sob o sol.

Nem o filho de Wilson Simonal cantando é capaz de me assustar.

Posted by geneton at 12:40 PM

EM BRASÍLIA, COM A VIÚVA ONO

Carecem de qualquer fundamento os boatos de que este tamanqueiro vai entrevistar a septuagenária viúva Ono durante a passagem da dita cuja por terras paulistanas.

Já entrevistei, uma vez, em Brasília. Eu me lembro de que ela disse platitudes sobre a paz e a harmonia universais. Não quis falar do ex-beatle. Quando toquei no assunto John Lennon, ele pousou delicadamente a mão sobre minha coxa e disse: "Quem sabe, em outra oportunidade falamos deste assunto- que é muito vasto". Declarou-se preocupada com a Amazônia.

A viúva Ono ocupava a suíte meio decadente do Hotel Nacional. Lá pelas tantas, foi à janela, para contemplar Brasília.

O que mais ?

Quando desci, vi a mãe de Glauber Rocha tomando suco numa mesa à beira da piscina.

Corri para o aeroporto para pegar o avião. Como sempre acontece quando me dirijo a qualquer aeroporto, tinha certeza absoluta de que iria morrer num desastre aéreo.

Não morri, pelo visto.

Posted by geneton at 12:39 PM

novembro 07, 2007

"DOSSIÊ HISTÓRIA", O LIVRO : JÁ,JÁ, NAS MELHORES CASAS DO RAMO

Chega às livrarias no final de novembro o livro "DOSSIÊ HISTÓRIA" - que traz a íntegra de entrevistas gravadas com testemunhas e personagens de grandes acontecimentos : o 11 de Setembro ( uma reportagem completa sobre a trilha dos terroristas em Hamburgo ;o depoimento do homem que ouviu os segredos de Bin Laden numa caverna no Afeganistão) ; o atentado nas Olimpíadas de Munique( o relato do agente que tentou mas não conseguiu salvar os atletas israelenses) ;o delírio nazista ( o filho que faz até hoje campanha contra o pai,um dos maiores carrascos nazistas). Em breve, detalhes.

Posted by geneton2 at 10:02 PM

A PRAGA AVANÇA

A inominável praga do gerundismo ( "vou estar falando"; "vou estar providenciando") acaba de invadir outro terreno: o grupo Tortura Nunca Mais.

Ao dar entrevista ao rádio, na manhã desta terça-feira, o porta-voz do Tortura Nunca Mais usou e abusou do "vamos estar fazendo" e coisas parecidas. Doeu nos ouvidos. Tortura pura.

Nem os bem-intencionados escaparam da praga.

A casa caiu.

Posted by geneton at 12:47 PM

CADÊ O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL ?

Uma dúvida singela: antes de lançar discos de Carlinhos Brown no mercado as gravadoras fazem, antes, um Estudo de Impacto Ambiental?

Posted by geneton at 12:46 PM

UM "DIVISOR DE ÁGUAS": JÁ É POSSÍVEL CONSULTAR JORNAIS DO SÉCULO DEZOITO NA INTERNET!

Não, não é Moisés abrindo caminho pelo mar Vermelho. É a imprensa inglesa "marcando época". Pela primeira vez, todas as edições de jornais que já existem há séculos estarão disponíveis para consulta para internautas de qualquer parte do planeta, em troca de módicos preços.

As edições do Guardian publicadas desde 1821 e a do Observer desde 1791 já estão liberadas para consulta. "Cada página, cada artigo, cada anúncio", anuncia o site dos jornais.

Em breve, todas as edições de todos os grandes jornais estarão ao alcance da ponta dos dedos, no teclado de um computador.

Aqui, Ivan Lessa bate palmas para a novidade:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071107_ivanlessa.shtml

Em breve, ninguém precisará sair de casa para fazer nada.

Vai estar tudo no monitor.

Posted by geneton at 12:42 PM

UM "DIVISOR DE ÁGUAS": JÁ É POSSÍVEL CONSULTAR JORNAIS DO SÉCULO DEZOITO NA INTERNET!

Não, não é Moisés abrindo caminho pelo mar Vermelho. É a imprensa inglesa "marcando época". Pela primeira vez, todas as edições de jornais que já existem há séculos estarão disponíveis para consulta para internautas de qualquer parte do planeta, em troca de módicos preços.

As edições do Guardian publicadas desde 1821 e a do Observer desde 1791 já estão liberadas para consulta. "Cada página, cada artigo, cada anúncio", anuncia o site dos jornais.

Em breve, todas as edições de todos os grandes jornais estarão ao alcance da ponta dos dedos, no teclado de um computador.

Aqui, Ivan Lessa bate palmas para a novidade:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071107_ivanlessa.shtml

Em breve, ninguém precisará sair de casa para fazer nada.

Vai estar tudo no monitor.

Posted by geneton at 12:42 PM

A TRILHA SONORA DO INFERNO

Rock francês.

A trilha sonora do inferno deve ser esta, com certeza.

Quando eu chegar lá, mando notícias dizendo se as suspeitas se cofirmaram.

Posted by geneton at 12:42 PM

novembro 06, 2007

MÚLTIPLA ESCOLHA

O que será mais divertido e faz menos mal à saúde física e mental?

a) morrer
b) estar na platéia do Cirque du Soleil e ser chamado ao palco
c) assistir a um desses anúncios estupidamente idiotas de cerveja
d) ver um senador de cabelo pintado falando na TV
c) passar trinta segundos na frente de um mímico

Tenho certeza absoluta de que a opção A é a correta.

Posted by geneton at 12:51 PM

DEPOIS NÃO DIGAM QUE NÃO AVISEI

Não vai demorar: já, já, aparece um samba-enredo falando sobre o Brasil na Copa. E dois repentistas fazendo rimas sobre a Copa no fim de um telejornal.

É questão de tempo.

Posted by geneton at 12:50 PM

A MELHOR TV DO MUNDO

Quando todo mundo pensava que a TV estava com os dias contados diante do surgimento de outras mídias, eis que a salvação surge na Alemanha: acaba de ser anunciada a criação de um canal que só tratará de um tema- a morte. Os anúncios, óbvio, serão,todos, fúnebres. Diversão garantida!

aqui:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071106_canalalemao.shtml

Posted by geneton at 12:47 PM

OS ESPANHÓIS IORUBÁS

Declaração de mister Carlinhos Brown no Segundo Caderno do Globo de hoje:

-Quando canto em iorubá, os espanhóis sabem do que se trata. Aqui, pensam que é onomatopéia.

De fato, qualquer criança em Madrid sabe que, por exemplo, a palavra dezessete em iorubá é éjìdinlógún ( acabei de ver na Wikipedia).

Nunca foi tão fácil ser entendido em Madrid.

Posted by geneton at 12:47 PM

novembro 01, 2007

PERGUNTA FEITA AOS CÉUS

Os mímicos continuam soltos ?

Posted by geneton at 12:52 PM