março 30, 2013

UMA ENTREVISTA INDISCRETA SOBRE OS BASTIDORES DO PODER NESTE SÁBADO, às 21:05, NA FAIXA ACERVO DA GLOBONEWS: EX-ASSESSOR DE GEORGE BUSH DIZ O QUE VIU O OUVIU NA CASA BRANCA SOBRE A DECISÃO DE INVADIR O IRAQUE

Informa o Plantão Facebook: quem quiser ver (ou rever) uma entrevista reveladora sobre os bastidores da Casa Branca deve sintonizar a GLOBONEWS neste sábado, às 21:05.
A Faixa Acervo vai reexibir o Dossiê Globonews que gravamos, em Washington, com um ex-integrante do Conselho de Segurança Nacional do governo Bush.
Ao explicar como Bush decidiu invadir o Iraque, Richard Clarke usa uma imagem aparentemente banal. Disse: imagine que, no primeiro dia de aula, um aluno leva um soco no nariz. Chega em casa sangrando. Um dia depois, ao voltar para a escola, ele decide revidar. Acontece que, em vez de brigar apenas com o autor da agressão, ele resolve, também, dar um direto no queixo do aluno mais forte da escola. Assim, os outros veriam que ele não estava para brincadeira nem poderia virar saco de pancada.

O ex-assessor de Bush diz que, na cabeça do presidente, o aluno que levou o soco foram os Estados Unidos - no 11 de Setembro. Quem deu o soco foi a Al-Qaeda. Quando foi revidar, Bush resolveu que não bastaria apenas atacar as bases da Al Qaeda, no Afeganistão. Quis dar, também, um direto no queixo de alguém mais forte - o Iraque, para mostrar que não admitiria outros "socos".
Por mais "primária" que possa parecer, a lógica foi esta, segundo a curiosa descrição que Clarke faz.
Richard Clarke conta,com detalhes, como decisões inéditas foram tomadas em questão de minutos, na manhã do 11 de Setembro- como a de mandar esvaziar a Casa Branca e manter o Presidente longe de Washington, uma situação até então inimaginável.
De início, Bush - que estava na Flórida - evitou retornar imediatamente à capital. Mas, logo depois, resolveu ignorar o conselho dos assessores, feito através de uma videoconferência.
O presidente disse que, assim que o avião fosse reabastecido, ele voltaria a Washington. Recusava-se a discutir qualquer alternativa. A decisão estava tomada. Neste momento, o Presidente exerceu a autoridade que o cargo lhe conferia. Os assessores engoliram seco.
A viagem foi feita sob um clima de tensão extrema. Não se sabia qual a extensão do ataque perpetrado pela Al Qaeda. Escoltado por caças, o avião de Bush finalmente pousou na capital.
Clarke descreve um diálogo que, na época, obviamente não chegou ao conhecimento público. Reunido com assessores diretos, Bush falou em retaliação. Quando um assessor disse que um eventual ataque a outro país poderia ferir preceitos do Direito Internacional, Bush respondeu que estava pouco se importando com o que advogados diriam.
O resultado desta postura foi, como se sabe, a decisão de invadir o Iraque. O ex-integrante do Conselho de Segurança Nacional diz, na entrevista, que o Iraque dispunha de armas químicas: tanto é que as tinha usado na guerra contra o Irã. Mas o "arsenal" não representava qualquer perigo. Jamais poderia ser usado,como foi, como justificativa para uma invasão.
Ao final, Clarke lamenta que jovens americanos tenham morrido em nome do que ele, sem meias palavras, chama de "mentira". Isto é: a suposta existência de armas de destruição em massa.
É uma entrevista que espanta pela sinceridade e dá o que pensar.
Clarke fala sem censura porque rompeu com Bush. Já não precisa fazer malabarismos verbais para tentar proteger o chefe.

Posted by geneton at março 30, 2013 01:07 PM
   
   
Copyright 2004 © Geneton Moraes Neto
Design by Gilberto Prujansky | Powered by Movable Type 3.2