PERSONAGENS DO CASO KENNEDY ENTRAM EM CENA NO DOSSIÊ GLOBONEWS ( SÁBADO, DIA 16, ÀS 21:05 ): É SEMPRE HORA DE "PROCURAR AS HISTÓRIAS POR TRÁS DA HISTÓRIAS"
Ao escrever um texto sobre o aniversário da morte do presidente Kennedy, um jornalista do New York Times produziu, há pouco, uma boa definição sobre ofício jornalístico: disse que a missão dos repórteres é, em essência, "descobrir as histórias por trás das histórias":
http://goo.gl/bcFmfj
Bingo!
A história principal todos sabem: o presidente Kennedy foi assassinado ao meio-dia e meia do dia 22 de novembro de 1963 quando desfilava em carro aberto no centro de Dallas, no Texas.
Mas há belos personagens cintilando em torno da grande história.
( Pausa para uma pequena digressão. Por falta de talento, vocação e habilidade para exercer alguma atividade que fosse obviamente importante, como a Medicina, por exemplo, terminei caindo no jornalismo. Dentro do jornalismo, desde cedo descobri que a única atividade que me interessava de verdade era a reportagem. Não havia nenhum motivo grandioso: era uma questão de vocação. Nada se compara a sujar o sapato de poeira para testemunhar, longe das redações, o grande espetáculo estrelado por personagens e histórias da chamada "vida real".
Faço esta digressão para dizer que, quando tinha meus sete anos de idade, em 1963, vi uma tia chorando com a notícia da morte do presidente Kennedy. Desde então, nomes que devem ter soado estranhos e remotos aos ouvidos de um menino - Dallas, Kennedy, Oswald - certamente passaram a exercer uma secreta e indefinível fascinação sobre o futuro caçador de histórias. Quem sabe, por carregarem ressonâncias da infância vivida num subúrbio desimportante do cone sul da América ).
Corta. Décadas depois, lá estava o locutor-que-vos-fala em Dallas, diante do Depósito de Livros Escolares do Texas, para entrevistar um homem que foi ferido no atentado que matou Kennedy: um personagem pouco conhecido da tragédia.
Eu teria a chance de ouvir - também - o fotógrafo que estava a poucos passos do carro que conduzia o presidente no instante do atentado. Aparece no filme do assassinato. Ouviu com clareza a exclamação de horror da primeira-dama, Jacqueline Kennedy: "Oh, não!".
Fui bater na porta do apartamento do agente do FBI que tinha sido encarregado de vigiar Lee Oswald semanas antes do atentado. Falhou quando não poderia ter falhado. Oswald tinha entrado na lista do FBI porque tentara conseguir cidadania soviética.
Ouvi a historiadora que era a única pessoa que conheceu pessoalmente tanto o presidente quanto o assassino. Publicou um livro sobre Lee Oswald e a mulher - uma russa chamada Marina.
Perto de Washington, pude ouvir o militar do Pentágono que atribuía a morte do presidente a uma conspiração. Motivo: Kennedy iria iniciar a retirada de tropas americanas do Vietnam. Isso significaria um prejuízo de bilhões de dólares à indústria armamentista.
Também abordei um ministro de Kennedy: o ex-secretário de defesa Robert McNamara. Perguntei se a morte do presidente teria alguma conexão - remota que fosse - com a guerra do Vietnam.
As entrevistas foram feitas entre 1992 e 2003 - para reportagens levadas ao ar pelo Fantástico.
Agora, estes personagens estarão reunidos numa edição especial do DOSSIÊ GLOBONEWS - que irá ao ar no próximo sábado, dia 16, às 21:05, no mês em que a morte de Kennedy completa cinquenta anos.
As gravações originais foram preservadas. Há material que nunca foi ao ar.
Sujar o sapato com a poeira da estrada, em busca de personagens. Pode ser em Dallas, em Hanói, em Bonsucesso, em Santa Maria da Boa Vista. Não importa. Haverá sempre uma história por trás da história.
Posted by geneton at novembro 11, 2013 12:08 PM