O COMPANHEIRO DE VIAGEM DE JOEL SILVEIRA NOS OLHA COM CAVANHAQUE E CARA SÉRIA
Revistas antigas são baús inesgotáveis de pérolas. Numa Fatos & Fotos Gente de 1978, encontro uma entrevista de Joel Silveira a Renato Sérgio.
O grande repórter Joel descreve uma viagem que fez, a serviço dos Diários Associados, aos confins do Acre, nos anos quarenta:
"Naquele tempo, para alguém chegar ao Acre, tinha de usar aqueles aviões pata-choca, como chamavam (...) Um dia, tomei o diabo de um avião desses. O negócio era tão sinistro que eu levava um vidrinho de cachaça. Ia bebendo para aguentar a desgraçada da viagem. Claro que acabava ficando de porre. Nesses aviões, entrava de tudo: freira, médico, galinha, tudo. Pois eu estava sentado, tranquilo, no lado da janela. De repente, acordo, olho de lado: E quem está sentado ali? Um bode...Pensei: "Estou vendo coisas. É melhor parar de beber...mas, antes, vou tirar mais uma soneca...". Quando acordei novamente, olhei para o lado, estava lá o bode. Pensei: "...Mas é bode mesmo! Era. Amarradinho ali, com aquele cavanhaque, aquela cara séria...".
Por algum motivo, associei o bode companheiro de viagem de Joel Silveira ao ano de 2014. Por ora, 2014 é um bode de cavanhaque -olhando para a gente com cara séria.
Cedo ou tarde, ele haverá de sorrir.
Posted by geneton at dezembro 11, 2013 01:06 PM