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março 07, 2015
A ÚLTIMA PREVISÃO: JORNAIS IMPRESSOS VÃO DESAPARECER DAS REGIÕES METROPOLITANAS DO BRASIL EM 2027!
Lá vem o tsunami! Vem chegando, vem chegando....já chegou! Os jornais impressos vão deixar de existir, nas regiões metropolitanas brasileiras, no ano de 2027.
Quem faz a previsão é uma organização dedicada a estudar tendências e, na medida do possível, antecipar o que acontecerá no futuro. Não por acaso, chama-se Future Exploration Newtwork.
O "assustador": a organização prevê que os jornais impressos sumirão do mapa nas grandes cidades americanas já em 2017!
Ou seja: daqui a pouco.
Terminei encontrando um gráfico com estas previsões depois que o amigo @Marcelo Pimentel Lins me passou o link para um jornal digital que acaba de ser lançado em Brasília: o Fato On Line : ( http://www.fatoonline.com.br/ )
A Future Network chegou a fazer um mapa da extinção dos dinossauros de papel:
http://www.futureexploration.net/Newspaper_Extinction_Timel…
( sou da geração de papel, por supuesto. Quando começou a ouvir, tempos atrás, a previsão de que o jornal de papel um dia iria sumir, meu demônio-da-guarda fazia uma expressão de indizível incredulidade e me soprava: "Não dê ouvidos aos apocalípticos! O jornal de papel vai durar décadas!").
Não vai - pelo menos como portador de notícias. Já li em algum lugar que um saída possível para as edições de papel seria circular apenas nos fins de semana. É possível que os jornais impressos sobrevivam, mas com outro formato, completamente diferente - quem sabe, edições com "cara de revista", com reportagens "de fôlego", belos textos, perfis bem produzidos, matérias que não sejam escravas do calendário - em suma: aquela velha receita de que todos falam e ninguém faz!
Não tenho, claro, a pretensão de ficar "pontificando" sobre jornalismo, mas, depois de décadas na janela, tenho uma certeza pétrea: enquanto os "derrubadores" - e não os "levantadores" - de matéria foram maioria nas redações; enquanto jornalista continuar fazendo jornalismo para jornalista - e não para o público - será impossível desviar a caminhada rumo ao cemitério.
Aos leigos: o "derrubador" profissional é aquele jornalista entediado que, diante de um fato que qualquer criança de três anos consideraria interessante, limpa a baba, tenta abrir os olhos semicerrados e pronuncia sentenças tétricas, como: "Isso não é notícia!". Ou: "A "concorrência" já deu". Ou: "Melhor não..." - e todas as variações das sentenças de morte. O derrubador de matéria é uma erva daninha que existe, em menor ou maior grau, em todas as redações do planeta.
Não desconfia, nunca desconfiou, que os jornalistas puro-sangue são e sempre foram aqueles que, até o último respiro, vão sempre encontrar uma maneira interessante de retratar, com fidelidade, os fatos, as histórias e os personagens que, neste exato momento, estão participando da Grande Marcha da Vida - com todas as suas glórias, as suas desgraças, as suas grandezas.
Se eu fosse fazer uma lista de assuntos interessantes que já vi serem jogados por burocratas na lata de lixo jornalístico, provocaria uma crise coletiva de choro entre jornalistas novatos. Fica para depois. Um dia, quando estiver morando num quartinho na zona rural de Solidão - cidade do sertão que nunca visitei, mas que sempre me fascinou pela beleza do nome - , talvez eu me anime a fazer a Lista Negra dos Crimes de Lesa-Jornalismo Cometidos pelos Burocratas. Parece nome de CPI. Pode ser uma boa diversão para matar o tempo naquelas tardes que, em meus delírios, passam lentas em Solidão, Pernambuco.
Não, caríssimos burocratas, não existe história desinteressante. O que existe é jornalista desinteressado - ou entediado ou, simplesmente, incompetente. Ou as três coisas juntas. É uma lei da natureza: jornalistas burocratas sempre produziram, produzem e vão produzir jornalismo chato, gélido, amorfo, cinzento - seja em que plataforma for: em jornal, em revista, em TV.
Pergunta-se: quem, um dia, vai chorar a morte do jornalismo chato? Quem vai derramar lágrimas pelos burocratas?
Meu demônio-da-guarda me sopra, dessa vez com razão: "Ninguém, ninguém, ninguém".
Faço um gesto de concordância para que meu demônio-da-guarda pare de repetir a palavra "ninguém", fecho a cortina do meu circo mambembe - do qual, aliás, ele sempre foi o único espectador -, apago a luz, encosto o portão e vou embora, para bem longe, com uma certeza: não, o jornalismo não é tão importante. Não merece ocupar tanto tempo de nossas aflições. Há outras coisas infinitamente mais importantes - como a poesia, por exemplo. Ou o futebol. Ou a literatura. Ou o cinema.
Acorda, Maiakóvsky:
"Dai-nos, camarada, uma arte nova - nova! - que arranque a república da escória!".
O meu demônio-da-guarda me interrompe de novo e sai repetindo uma adaptação improvisada de Maiskóvsky: "Dai-nos, camaradas, um Jornalismo novo!".
O fantástico é que o tsunami que vem engolindo tudo - jornais, revistas, tevês - pode, sim. produzir novos e belos rebentos, inclusive no jornalismo.
Como dizia Godard, aqui citado outro dia: "É impossível evitar o futuro!".
Que venham, então, as ondas gigantes, para, pelo menos em nossas ilusões esperançosas, tornar azul o que é cinzento!
Posted by geneton at março 7, 2015 01:24 PM
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