A SORTE DE TER O TEXTO DE UMA REPORTAGEM NARRADO POR SÉRGIO CHAPELIN ( OU: POR QUE, NESTE CASO, REPÓRTER NÃO DEVE PASSAR NEM PERTO DE UMA CABINE LOCUÇÃO... )
Cabine de locução. Gravação de texto com Sérgio Chapelin. Vai para o ar neste sábado, às nove da noite, na Globonews: Dossiê Especial com a íntegra de entrevistas com militares americanos que jogaram as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. Material foi gravado originalmente para o Fantástico. Maior parte ficou inédita. Agora, depoimentos vão ser apresentados pela primeira vez na íntegra. É um documento: a palavra de quem participou diretamente dos mais devastadores ataques militares já realizados da história. Calcula-se que a bomba de Hiroshima tenha provocado cem mil mortes nos dez minutos seguintes à explosão.
Qualquer texto lido por Sérgio Chapelin ( foto: @Rodrigo Bodstein) ganha imediatamente peso, qualidade e clareza. Eu me arrisco a dizer que daqui a cinquenta anos aparecerá alguém com uma voz tão bonita e uma narração tão sóbria. Chapelin faz parte do primeiríssimo time. Tenho sorte de contar - já há tantos anos - com uma voz tão espetacular para ler meus pobres textos. Tento aproveitar ao máximo a chance.
( neste trabalho em tevê - que nunca foi minha especialidade, sempre preferi a "imprensa escrita" - tive a chance estupenda de ter textos narrados por outras grandes vozes, como as Cid Moreira, Eliakim Araújo, Celso Freitas. Logo aprendi que narração como a destes mestres da voz enriquece imediatamente qualquer matéria).
Conclusão: repórter que pode contar com o auxílio luxuosíssimo de Chapelin para a narração de suas matérias não deve passar nem perto de uma cabine de locução. Basta pedir a ele que narre o texto. A qualidade da narração já fica garantidíssima. A voz de Chapelin faz uma diferença enorme. A bem da verdade: uma diferença absurda. Em suma: toda diferença.
Posted by geneton at agosto 7, 2015 12:17 PM