DESCOBERTO O GRANDE INIMIGO DA NOTÍCIA! É ELE, O JORNALISTA!
Jornalista: o grande, o irremovível, o intransigente, o impermeável, o indiscutível, o plenipotenciário inimigo da notícia.
Parece uma frase para impressionar leigos,mas é a mais cristalina verdade:
o maior inimigo da notícia é o jornalista, sim!
É este o motivo que leva jornais,revistas e programas de TV a padecerem de chatice congênita.
Há exceções, claro. Mas quem já passou quinze minutos numa redação sabe que "jornalista" tido como eficiente não é aquele que reúne o melhor de suas forças para levar ao público histórias, cenas e personagens interessantes. Não ! Claro que não! "Jornalista" de verdade é aquele que passa vinte e três horas por dia procurando um motivo para NÃO publicar uma história. Vive com uma espingarda imaginária nas mãos, pronto para disparar um petardo que ferirá de morte a primeira história interessante que passar pela frente.
As crianças não acreditarão, mas é exatamente assim que as redações funcionam.
"Jornalista" cria uma escala de valores absurda - que só existe na cabeça de jornalistas - para exterminar reportagens : "não vale", "não é nova", "já saiu em outro jornal", "qual é o gancho ?".
O "jornalista" acha que o leitor ou telespectador é um maníaco que lê todos os jornais, todas as revistas e vê todos os programas. Basta que uma história qualquer - por melhor que seja - saia na página dezoito de um jornal "concorrente". Pronto. Acabou. Deve ser solenemente ignorada. O resultado? A história é abatida a tiros ali, antes de nascer. O leitor ( ou telespectador) fica a ver navios.
Em resumo: o maior pecado do jornalista é fazer jornal ( ou revista ou TV) para jornalista. Não para o leitor ou telespectador. O resultado ? A epidemia de chatice jornalística que se espalha, feito metástase.
Uma reportagem só chega às mãos do leitor - ou aos olhos e ouvidos do telespectador - depois de enfrentar uma terrível, desgastante e patética corrida de obstáculos dentro das redações. Quando, finalmente, chega a público, exibe a aparência de um bicho ferido, maltratado, destroçado pelas garras dos exterminadores de matérias.
Com um atraso de três décadas e meia, faço uma oração para Nossa Senhora do Espanto e constato : não, esta não é minha tribo.
Procuro uma atividade mais útil : que tal - por exemplo - fiscal de animais de grande porte ? ( diz a lenda que existia este cargo na folha de pagamentos de uma prefeitura pernambucana). Ou observador de aviões em trânsito ? Ou, quem sabe, fabricante de bolhas de sabão.
Fiquei de pensar.
Posted by geneton at setembro 28, 2007 11:07 AM