O "JORNALISMO QUASE" É MELHOR DO QUE O JORNALISMO BUROCRATA
A revista Flash News estampa na capa: "Luciano Huck Assassinado por Causa de Um Relógio". E logo abaixo: "Isso esteve muito perto de acontecer".
A capa já nasce como um clássico instantâneo do jornalismo. Porque, numa bela sacada, criou o jornalismo "quase".
O avião do presidente enfrenta uma turbulência sobre o Oceano Atlântico. Mas pousa em paz. A manchete pode ser : "Presidente Morre em Desastre Aéreo".
A seleção brasileira manda três boas na trave da Argentina, mas o jogo termina zero a zero. Manchete :"Brasil dá baile na Argentina".
É só botar, em letras menores, no pé da página, a ressalva lançada pela revista Flash :"Isso esteve muito perto de acontecer".
Sem ironia: parabéns ao editor que teve tal sacada.
Quem faz um esforço desses para viabilizar uma notícia entende dez vezes mais de jornalismo do que a multidão de jornalistas-burocratas que passam o dia inteiro, o dia inteiro, o dia inteiro procurando uma justificativa para "derrubar" uma reportagem. Conheço uns cinco mil. Se fosse fazer a lista, preencheria um catálogo telefônico.
Ou seja: são especialistas em jogar no lixo notícias, reportagens e personagens interessantes.
O "jornalismo quase" é mais defensável do que o jornalismo burocrata.
O Sopa já disse e repete : o maior, o mais nocivo, o mais pretensioso, o mais destrutivo, o mais risível, o mais indefensável inimigo do Jornalismo é..... o jornalista! Não existe outro.
Por que eles destróem, consistentemente, o que o jornalismo pode ter de interesse e vivacidade.
Depois, reclamam da debandada do público....
O diagnóstico é facílimo.
Posted by geneton at outubro 7, 2007 10:45 AM