NEIL ARMSTRONG
QUE MADONNA QUE NADA! MAIOR CELEBRIDADE INTERNACIONAL A VISITAR O BRASIL EM 2009 FOI NEIL ARMSTRONG : PRIMEIRO HOMEM A PISAR NA LUA FEZ VIAGEM SECRETA A SANTA CATARINA
O primeiro homem a pisar na lua e o administrador do hotel, em Santa Catarina: foto tirada pelo irmão da noiva (Cortesia Carlos Herique Schmidt)
Começa, já,já, a temporada de retrospectivas.
Pergunta-se: quem terá sido a maior celebridade internacional a pisar em solo brasileiro em 2009? A cinquentenária Madonna ? Não,não, não. “Façam suas apostas”.
Edwin Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, passou pelo Brasil na semana passada, numa rápida visita que incluiu uma conferência para estudantes em Campos (Estado do Rio), a inauguração de uma fábrica de brinquedos em São Caetano do Sul (São Paulo) e reuniões com empresários da indústria aeronáutica. Deu entrevistas, tirou fotos, distribuiu autógrafos.
Mas, por uma grande coincidência, Edwin Aldrin não foi o único tripulante da Apolo 11 a desembarcar no Brasil em 2009 – exatos quarenta anos depois da primeira missão tripulada à lua.
Aos fatos:
Uma das maiores celebridades do Século XX passou pelo Brasil anônimo, sem ser descoberto nem pela imprensa nem por caçadores de autógrafos.
Neil Armstrong, o astronauta que entrou para a história como o primeiro ser humano a pisar no solo da lua, passou dois dias hospedado na suíte 122 do Plaza Itapema Resort & Spa, em Itapema, Santa Catarina. Desceu em São Paulo, pegou uma conexão para Florianópolis e desembarcou no aeroporto Hercílio Luz, onde um carro o esperava para a viagem até um hotel e resort em Itapema, a cerca de cem quilômetros da capital. Passou com louvor no teste do anonimato. Ninguém o reconheceu.
Notoriamente recluso, Neil Armstrong sempre evitou entrevistas, fotos e aparições. Desde 1994, deixou de dar autógrafos. Só dá o ar da graça em ocasiões especiais – como neste ano, quando posou para fotos ao lado do presidente Obama e dos dois outros astronautas da Apolo 11, nas comemorações dos quarenta anos da conquista da lua.
Neil Armstrong com o Presidente Obama, em rara aparição pública, nos 40 anos da viagem à lua : óbvia predileção por gravatas amarelas e camisas azuis (Foto: site da Casa Branca)
Depois de correr mundo e receber todo tipo de homenagem como “herói do espaço” no final dos anos sessenta, Neil Armstrong resolveu dispensar, para sempre, a adulação da fama. Voltou à vida de professor de engenharia. Terminou se aposentando. Vive numa fazenda em Ohio, Estados Unidos. Nada de entrevistas, nada de fotos, nada de autógrafos, nada de badalação.
Uma prova da fascinação despertada até hoje pelo primeiro homem a pisar na lua: um barbeiro vendeu por 3 mil dólares um tufo de cabelo de Neil Armstrong
Como se fosse o Greta Garbo da corrida espacial, a mensagem que ele envia ao planeta é claríssima: “Leave me alone”. Deixem-me sozinho. O jornal inglês The Guardian chamou-o recentemente de “o J.D.Salinger da corrida espacial: a supercelebridade que foge da publicidade” – uma referência ao escritor que,depois de publicar “O Apanhador no Campo de Centeio”, resolveu se esconder do mundo. Um site que reúne informações sobre relíquias da corrida espacial diz que Neil Armstrong é o único contemporâneo que será citado daqui a mil anos, porque foi o primeiro ser humano a por os pés em um solo que não pertencia ao planeta Terra. O assédio não chega a ser uma surpresa.
A caça por “traços” do primeiro homem a pisar na lua bateu o recorde não faz tempo: o barbeiro que costumava atendê-lo tratou de guardar mechas de cabelo do homem. Quando o astronauta deixava a barbearia, o barbeiro recolhia tufos de cabelo do chão. Em seguida, anunciou que era dono da relíquia. Resultado: vendeu o tufo de cabelo por três mil dólares a um colecionador de relíquias espaciais. Armstrong ficou uma fera. Processou o barbeiro. Mas não conseguiu recuperar os tufos de cabelo.
Por obra do acaso, a família do astronauta silencioso terminou ganhando uma conexão brasileira em 2009 : Andi Knight, enteado de Neil Armstrong, apaixonou-se por Cristina Chang, brasileira que vive na Califórnia. Decidiram que o casamento seria no Brasil.
A surpresa: Neil Armstrong saiu da reclusão para participar da celebração de casamento, num resort localizado à beira-mar, em Santa Catarina.
A escolha do local não ocorreu por acaso: comerciante em Itajaí, Santa Catarina, o pai da noiva costuma jogar golfe nas dependências do resort.
Quem imaginaria encontrar Neil Armstrong flanando nas dependências de um resort, no quilômetros 144 da BR 101 ? Mas ele estava lá.
O mais importante – e mais recluso – dos astronautas fez um pedido antes de embarcar para o Brasil: que ninguém soubesse da viagem. O pedido foi atendido
A administração do Plaza Itapema Resort & Spa recebeu com antecedência um pedido, encaminhado pelo astronauta: a viagem brasileira da celebridade mais reclusa do planeta só poderia ser divulgada depois que ele tivesse ido embora. A direção do hotel cumpriu a exigência.
Livre do assédio indesejado de repórteres ou caçadores de autógrafos, Neil Armstrong circulou pelas instalações do resort sem ser reconhecido – nem incomodado. Fez longas caminhadas pela praia, mas não arriscou um mergulho. A água estava fria. Tomava café da manhã entre os outros hóspedes sem chamar a atenção de ninguém. Era tudo o que queria.
Em retribuição ao sossego que pediu – e encontrou -, Neil Armstrong posou para fotos com a família da noiva e com o administrador do resort. A ficha de hóspedes regista os nomes de Carol Armstrong – a segunda mulher do astronauta. Em seguida, como segundo hóspede da suíte 122, aparece um nome abreviado: N.A. Armstrong (o nome completo do herói do espaço é Neil Alden Armstrong).
Sem ser reconhecido por outros hóspedes, Armstrong não se furtou a trocar idéias com o superintendente da rede Plaza de hotéis - Carlos Henrique Schmidt – que tinha tido o cuidado de fazer um “curso intensivo” sobre o astronauta: tratou de ler tudo o que encontrou sobre ele.
O primeiro astronauta a pisar na lua disse que é bobagem (“bullshit”) responsabilizar o homem pelo aquecimento global
O trato feito com a administração foi cumprido ao pé da letra: o astronauta recluso entrou no resort no dia 24 e saiu no dia 27 de maio, mas o primeiro registro sobre a presença do viajante ilustre só foi feito tempos depois, no site do hotel.
Schmidt terminou brindado com uma declaração surpreendente do astronauta: Armstrong disse que a paranóia sobre o aquecimento global era “bullshit”. Ou seja: besteira. O que Schmidt ouviu de Armstrong ?
Procurado pelo Dossiê Geral, o interlocutor do astronauta deu este depoimento sobre o que ouviu de Neil Armstrong (horas depois, enviou a foto tirada pelo irmão da noiva):
“É um homem simples, tremendamente discreto. Não curte a importância que tem. De qualquer maneira, ninguém o reconheceu. Tomava café da manhã a fazia refeições no restaurante, em meio aos outros hóspedes. Tinha pedido para não tirar fotos. Já que ele é uma das poucas pessoas de toda a humanidade que tiveram a chance de enxergar a terra de um ponto-de-vista a que ninguém teve acesso (somente doze astronautas pisaram na lua), perguntei o que é que ele achava dessa situação de catastrofismo que tantos colocam: a sensação de que a terra vai acabar, a questão do aquecimento global, todas essas coisas que todos nós vemos diariamente na imprensa. Quero ouvir a opinião de Neil Armstrong, porque parece estar havendo muita especulação. E ele me disse: “Isso tudo é bullshit!A Terra é maior do que a humanidade. Você pode acabar com a vida humana, mas a Terra não vai acabar”. Também me disse de que o aquecimento global causado pelo homem na verdade faz parte de ciclos vividos não apenas pelo planeta, mas pelo sistema solar. O planeta vive sujeito a acontecimentos como, por exemplo, um meteorito que pode acabar com a vida na terra de um momento para outro. A situação de aquecimento global é mais decorrente da proximidade da terra com o sol, por exemplo. Ou seja: Neil Armstrong acha que a parcela do homem no processo de aquecimento global é mínima. Fenômenos solares e geológicos são muito mais impactantes do que a atuação do homem. É o que de mais interessante ouvi de Armstrong”.
“Disse a ele do meu orgulho de conhecê-lo, porque ele é uma das maiores personalidades vivas do planeta. Isso é mais impactante quando a gente vê a simplicidade com que ele age. Armstrong fez um discurso aos noivos. Transmitiu aos noivos que a vida a dois é uma vida que tem de ser marcada por respeito. Passou uma mensagem sobre a importância de um respeitar ao outro, num casamento. Disse que o princípio básico de um bom relacionamento é o respeito. Não fez qualquer referência à carreira de astronauta. O discurso foi familiar. Armstrong falou como padastro do noivo. Pela personalidade que ele é, todos queriam ouví-lo. Uma das características do ritual de casamento cumprido pelos coreanos é que os parentes próximos fazem, todos, uma mensagem aos noivos: os irmãos, os pais, todos. A noiva era brasileira – de origem coreana . É impressionante a tranquilidade que Armstrong passa para as pessoas. Digo que vi tal tranquilidade em poucas pessoas na minha vida…Não pedi autógrafo. Não caberia, naquele momento, porque era um momento privado”.
Assim como chegou, o primeiro homem a pisar na lua se foi : como se fosse um hóspede qualquer. Mas não é. Um tufo de cabelo de Neil Armstrong vale, comprovadamente, três mil dólares. Que outra celebridade atingiria tal cotação no louco mercado da fama?
Posted by geneton at novembro 21, 2009 06:29 PM