JOSEPH PETRO
AGENTES DO SERVIÇO SECRETO NÃO SAEM DE PERTO DO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS – NEM NA HORA EM QUE ELE PRECISA FAZER UMA COLONOSCOPIA
A Globonews exibe neste sábado, às 21:05, no DOSSIÊ GLOBONEWS, uma entrevista exclusiva com o ex-agente do Serviço Secreto encarregado de trabalhar diretamente com o Presidente dos Estados Unidos.
Um agente do Serviço Secreto americano recebeu uma missão inesperada durante a festa da posse do presidente Fernando Collor de Mello, em 1990. Joseph Petro passou anos trabalhando diretamente na proteção do Presidente Ronald Reagan. Depois, recebeu a missão de proteger o vice-presidente de George Bush pai, Dan Quayle.
Quayle viajou a Brasília, para representar o presidente americano na posse de Collor. Fidel Castro era um dos convidados para a festa. O vice-presidente dos Estados Unidos fez um pedido ao agente do Serviço Secreto que o protegia: disse que não queria ser fotografado ao lado de Fidel. E agora ?
Diz o ex-agente:
“Tive uma experiência interessante no Brasil. Estive lá com o vice-presidente Dan Quayle, durante a posse do presidente Collor. Houve uma recepção à qual compareceram todos os chefes de Estado, inclusive Fidel Castro – de Cuba. Eu lembro de que o vice-presidente me disse que era importante que ele não encontrasse Fidel Castro. Eu deveria fazer todo o possível para mantê-lo longe de qualquer local próximo a Castro, de modo que eles não precisassem se cruzar. Porque a imprensa estava lá filmando tudo. Por questões diplomáticas e políticas, era importante não acontecer aquele encontro em público. Eu e outro agente ficávamos trocando o vice-presidente de lugar. Um ficava de olho em Castro, para garantir que eles estivessem em partes diferentes da sala a noite toda”.
Em entrevista exclusiva gravada em Nova York, Joseph Petro revela quais são as técnicas que um agente do Serviço Secreto usa para identificar suspeitos numa multidão. Descreve, também, qual é a diferença básica entre um agente do Serviço Secreto e um policial comum.
Em resumo: um agente do Serviço Secreto é treinado para não reagir instintivamente. Quando ouve um tiro, qualquer pessoa tem uma reação instintiva: fica agachada para se proteger. Se estiver armada, provavelmente apontará para a origem dos tiros. Quando ocorre o chamado AOP ( abreviatura em inglês de Ataque Contra o Principal ) – ou seja: um atentado contra o Presidente -, os agentes do Serviço Secreto reagem de uma maneira totalmente diferente. Em vez de se agacharem, eles se jogam sobre o Presidente, para protegê-lo e tirá-lo do local o mais rápido possível. Petro diz que quem analisar com cuidado as imagens do atentado contra Ronald Reagan distinguirá com toda clareza quem é agente do Serviço Secreto e quem é policial comum. A reação aos tiros é totalmente diferente.
Um detalhe: o Presidente dos Estados Unidos é obrigado, por lei, a ser acompanhado por um agente do Serviço Secreto assim que sair da Casa Branca. Queira ou não queira, o Presidente é obrigado a ter esta companhia – nem sempre desejável. Ao gravar a entrevista para a Globonews, Petro preferiu não usar a palavra “colonoscopia” diante da câmera. Mas acompanhou o Presidente Ronald Reagan quando ele submeteu a uma colonoscopia, um exame invasivo. Neste momento, tudo o que o agente pode fazer é disfarçar o constrangimento:
“O Serviço Secreto, por lei, deve proteger o presidente 24 horas por dia, onde quer que ele ou ela esteja. Há ocasiões – diz Joseph Petro – em que o presidente vai fazer exames em um hospital. E um agente deve estar presente! Quando o presidente Reagan foi ferido, Jerry Parr, que era chefe da segurança, passou a noite com ele no hospital, dentro da sala de cirurgia, enquanto ele era operado”.
Posted by geneton at janeiro 27, 2012 01:04 PM